Juvenal Morena Penny

Juvenal Morena Penny
13/03/2024 Jorge

Quando Durval se afasta para estudar medicina, o seu irmão Juvenal assume o controle do jornal e mantém firme o timão por mais de 30 anos, muitas vezes pagando com dinheiro do seu próprio bolso o custo de manter o A Alvorada, que no largo da sua trajetória atravessou momentos gloriosos com a direção de Juvenal Moreno Penny, mas também vários momentos complicados, de crise econômica.

Juvenal era um excelente tipógrafo, tinha fama de elétrico, de gestos rápidos, estatura pequena, um ouvido atento e uma língua ferina. Durante praticamente toda a trajetória d’A Alvorada escreveu uma coluna com o pseudônimo de Dr. Pescadinha em que fazia o papel de colunista social e juíz da moral alheia, sobretudo da feminina.

Juvenal em paralelo a sua atividade de tipógrafo fundou uma fábrica de fogos de artifício chamada São Viríssimo, em homenagem ao seu antigo chefe no jornal Arauto, o senhor José Veríssimo Alves.

Organizava espetáculos pirotécnicos para animar festividades onde aproveitava o ambiente para estreitar os vínculos e promover A Alvorada.

Combinando essas atividades manteve a publicação da A Alvorada de maneira regular, com épocas de grande esplendor.

Em 1946 Juvenal vende o jornal para um grupo de antigos colaboradores e trabalhadores de confiança, e a essência do semanário não muda. Evolui com as modas e a tecnologia de impressão, o semanário tem mais páginas de publicidade, se publicam mais fotos e a parte social ganha maior relevância, mas os textos críticos seguiam encontrando o seu espaço para reclamar os direitos dos negros.

Juvenal seguiu sendo lembrado cada ano no aniversário d’A Alvorada, assim como o seu irmão Durval e Antônio Baobab, o grande mentor de todos eles.