O jovem José Penny se sentia ressentido da sua origem “diluida”. Ele queria ser um negro puro. Ao mesmo tempo que fundava a Frente Negra Pelotense, publica um pequeno texto titulado HIBRIDO, onde divaga sobre ser mulato e encontra os piores defeitos no miscigenado. Afirma, com pesar, que preferia ser um verdadeiro negro Ethiópico, como estava de moda dizer entre os negros jovens e cultos da época. Havia um ideal de pureza de raça, um orgulho de negros casados com negros. Mas a sua namorada e mãe dos seus futuros filhos era branca. Com Aracy José teve 4 filhos “híbridos”: Juvenal, Elói, Isabel e Leda.
Para o meu avô isso era muito importante, e ele se declarava da Ethiopia, mas depois de fazer o exame de DNA posso afirmar que o mais perto que estamos
é de algum Keniano, mas não temos genes Ethíopes na família. Sinto muito vô.
Hibrido
O produto entre o branco e o negro, como todos sabem, chama-se «Mulato».
Pois bem, eis ai, na maioria, o pior inimigo do negro, principalmente quando tem algum conceito entre pessoas brancas, mesmo quando não tem.
Engraçado, este infeliz, que é como assim eu o considero, quando está be com os seus «iguais», os brancos, são tratados com toda benevolencia, mas se por qualquer motivo se desataviam, só se houve:
– Ora deixa, «negrão».
– Reconhece o teu lugar, «negro vaidoso».
Tenho apreciado estes fatos entre pessoas de cultura e que se dizem educadas.
Por isso lastimo a pobreza de espírito da maioria dos «mulatos julgados», como diz o vulgo, e muito me orgulho em ser negro, chegando ao ponto de lastimar não ser puro.
José Penny.