A ALVORADA

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Eis-nos, felizmente transpondo mais um anno de novas luctas; eis-nos, pois, á postos, com orgulhosa satisfação de vêr-mos o nosso ideal senao totalmente cumprido, pelo menos fielmente observado durante essa longa e afanosa vida de fazer jornal.

São 13 annos que, para muitos, talvez voassem, o que já não está em nosso alcance dizer o mesmo, que os vimos e o pezamos na sua trajectoria ora morosa, ora em veloz marcha, mas sempre em desacordo com os nossos desejos, com os nossos compromissos para com o publico. É dessa desharmonia entre o Tempo e a vontade humana, que se conhece e se pode auilitar o valor daquelles que luctam pela vida.

A Alvorada, o nosso modestissimo semanario, ahi está, como melhor pode provar com os seus treze annos de publicação ininterrupta, sem novas fases nem modernos programmas, do quanto temos feito para que ella deslise serena e sem macula, porém altiva, de fronte erguida, a rota honesta ha quatorze annos por nós traçada.

E, – cousa digna de nota – A Alvorada de 5 de Maio de 1918, ainda conserva, no cabeço, os mesmos dizeres, sem alteração de uma única palavra, do seu numero inicial. Até nos preços da assignatura, apezar do elevado custo da materia prima, ella permaneceu inalteravel !

Somos, felizmente, compreendidos pelos nossos amigos, leitores e annunciantes, e isso nos anima, embora só tenhamos com que fazer face aos nossos compromissos. Tambem, a época não dá para lucros e nós, que nunos pretendemos levantar palacio em melhores tempos, hoje entoamos hosannas por não trazermos ás costas o fardo das dividas.

A Alvorada, como até aqui, continuará entregue á mocidade de ambos os sexos, pois, a essa pertence e está entregue o seu futuro.

É ella, assim com as nossas gentis leitoras, uma moça, que já fez os seus quatorze annos e que, embora a Moda consinta, não pretende apresentar-se de vestido curto, como quando tinha apenas cinco ou seis annos de idade.

Finalmente, A Alvorada, hoje, está distribuindo aos seus leitores beijos e abraços, em grande escala. Mesmo aos homens de uma certa compostura ella beijará, certa de não haver quem resistir possa a um beijo de moça, aos XIV annos.

A todos nossos favorecedores, collaboradores, auxiliares de redação e officinas, os nossos agradecimentos.