Miguel Barros foi um dos mais destacados personagens que passou pela A Alvorada, estudante de Ciências Comerciais e pintor por vocação, combinava os estudos e a criação colaborando e depois trabalhando no jornal. assinou muitos textos com o pseudônimo de Creoulo LEUGIM. Foi Redator do jornal em 1933. Participou do I Congresso Afro Brasileiro representando a publicação, a Frente negra Pelotense, Pelotas e os negros do Sul.
O passo de Miguel Barros pela Alvorada foi marcante, como toda a sua trajetória, nas páginas do jornal ele se transformou de estudante de Ciências Comerciais em um pintor de talento e reconhecido, depois da viagem à Recife para o Conresso não voltou a ser redator da Alvorada, mas sempre foi lembrado com carinho pela marca que deixou na história do semanario pelotense.
Detalhe da assinatura de Miguel Barros, de um quadro provavelmente do ano 1946.
Abaixo podemos observar a obra de ar clássico, com um controle da luz e dos sentimentos numa pintura aparentemente simples.
Abaixo um poema de J. Gonçalves dedicado ao jovem pintor.
Redator Miguel Barros
Nesta capa de 1935 é interessante notar que uma antiga foto de uma Miss Alvorada, que outrora descrevia a beleza angelical da modelo, era agora usada por Miguel Barros para destacar a jovem como exemplo de estudante para a juventude negra.
Uma mudança de interpretação e de discurso nas páginas do jornal. Também se publicava as notas das meninas no jornal, em geral eram todas muito altas, como um exemplo vivo para as outras famílias, para que investissem na educação dos seus filhos, e de que os negros são inteligentes e capazes de progressar nos estudos e na vida.
A amizade de José Penny e Miguel Barros
Se tratavam com muito carinho e admiração nas cartas que se enviavam enquanto Miguel Barros estava de redator da Alvorada e José era correspondente em Porto Alegre, enquanto se preparava para entrar na Universidade.
Eu gosto de imaginar alguma cena deles conversando no atelier do pintor, sobre idéias, arte, política, negros, e imaginando maneiras de mudar o mundo.
Miguel também estudou Ciências Comerciais, mas o seu grande talento era a pintura, depois do Congresso Afro Brasileiro começa a assinar os seus quadros com o pseudônimo de Mulato.