Em 1915 o semanário estreia um novo cabeçalho e uma diagramação mais moderna.
O novo título é mais limpo e leve, usando uma letra com serifa, moderna e de linhas simples. Se elimina a ilustração e o título é acompanhado de uma decoração de cada lado que lembra um sol. A nova diagramação aposta por um formato de duas colunas, menos carregada que as 4 colunas anteriores, o que deixa mais ar entre os textos e é melhor para publicar poesias, muito popular entre os leitores e colaboradores da Alvorada.
Também nessa época a presença feminina começa a ganhar força nas páginas do semanário, na capa ao lado o principal texto é de uma colaboradora que assinava OLIMON que tinha recebido elogios de outro colaborador. Ela agradecia as palavras de afeto, mas abria o seu coração e contava sobre a perda do seu pai e que nem tudo era maravilhoso na sua vida como se entendia nos seus textos, para ela as penas se devem esconder devido a convivência social. Um tema bastante atual se pensamos no Instagram.
Nessa época o jornal era um pouco mais social, seguiam estimulando os debates escritos, mas o espaço dos poemas aumentou, muitos eram declarações de amor.
Mas o A Alvorada nunca perdeu de vista o seu programa e o seu papel como voz da classe operária e da raça negra. O texto dessa capa foi assinado por Robespierre, mas foi escrito por algum dos diretores, Durval ou Juvenal (eu acho que foi o Dr. Durval) e responde a uma crítica publicada no jornal Opinião Pública em que os novos dirigentes do movimento operário de Pelotas reclamam de censura na Alvorada. A resposta foi contundente: não concordavam com a «acção dissolvente e negativa exercida no seio do operariado pelotense».
Comicios contra a carestia, comicios contra a guerra, comicios contra a lua nova, comicios contra terremotos, comicios contra, contra… nem se sabe o quê, e assim vão passando o tempo engodando os incautos jornalistas puritanos e independentes na pescaria minhoca dos tostões.
Deixem theatrinhos e prestiditações nas praças publicas para saltimbancos e arlequins, mettam hombres em cousas serrias e de proveito, equando pela frente apparecer um diplomado façam sentil-o que o saber não é privilegio de pergaminhos…
Robespierre
O A Alvorada era um espaço livre, mas com a sua opinião bem clara e sem problemas em defender os seus ideais.