O Arauto (1887-1890) era um jornal de Pelotas, propriedade do senhor José Veríssimo Alves, participante ativo de instituições beneficentes. Utilizava o jornal para promover ações e pedir ajuda à elite local para a construção de asilos, escolas e hospitais. O seu periódico foi o primeiro em publicar a notícia da abolição na cidade. Conta-se
que na época, para não prejudicar a campanha do charque em Pelotas decidiu-se esperar o fim da temporada em Novembro, para então liberar os escravos que passariam a ser trabalhadores, e seriam mais baratos ainda.
Durval e Juvenal trabalhavam na tipografia e jornal Arauto quando cursaram os seus estudos na Biblioteca Pública Pelotense. Acredito que não começaram trabalhando de tipógrafos, devem ter feito de tudo na empresa, nessa época era normal começar a trabalhar aos 5 anos de idade. Devem ter limpado chão, carregado coisas, levado recados e vendido jornais pelas ruas, até aprender o ofício de tipógrafo.
José Veríssimo Alves
José Veríssimo Alves foi um destacado membro da sociedade Pelotense, jornalista e diretor do jornal Arauto. Era também proprietário da tipografia onde imprimia o periódico, livros e outros materiais. Benfeitor ativo participou da fundação do Asilo de Órfãs São Benedito entre outras atividades filantrópicas. Reconhecido como afrodescendente por vários historiadores, foi chefe dos irmãos Penny na sua juventude e o seu nome foi a inspiração para a fábrica de fogos de artifício “São Viríssimo” de Juvenal Penny.