Precursores da imprensa negra

Precursores da imprensa negra
21/05/2023 Jorge

Mulato, ou O Homem de Cor.

No dia 14 de Setembro de 1833 era publicado o primeiro exemplar do jornal O Homem de Cor ou O Mulato no Rio de Janeiro.

Francisco de Paula Brito (1809-1861) era filho e neto de libertos, aprendiz de tipógrafo na Typographia Nacional, em 1833 com 22 anos adquiriu de um parente uma papelaria que ele transformou na Typographia Fluminense, que chegou a publicar, além do jornal, textos de Machado de Assis, entre outros autores importantes.

 

Outros jornais contra a escravidão

A Voz do Escravo

Outro precursor importante na região de Pelotas foi o jornal A Voz do Escravo, criado em 1881 depois da trágica morte de um escravo de 16 anos castigado no tronco em praça pública. O caso provocou uma grande comoção entre a sociedade negra, e o senhor Manoel Conceição da Silva Santos criou o jornal. Manoel, avô do futuro deputado Carlos Santos, foi fundador e presidente do Clube Abolicionista de Pelotas, criado no dia 21 de Agosto de 1886, depois do Centro Abolicionista, que já existia desde 1884, mas era uma organização de charqueadores.

O Exemplo

O Exemplo (1892-1930) foi um semanário criado em Porto Alegre por um grupo de mulatos, negros, brancos e mestiços com o objetivo de lutar contra a escravidão e promover as ideias abolicionistas. A associação organizou cursos e fundou uma escola para ajudar os negros e mestiços na sua emancipação. Os fundadores se declararam “homens de cor” e tinham entre 16 e 29 anos. O jornal foi criado na Barbearia Calisto, localizada no centro de Porto Alegre, na Rua dos Andradas, 247.

O Exemplo era um jornal crítico e ativo socialmente, com projetos educativos, que abraçou o ideal republicano de igualdade e defendeu com força as  conquistas “da raça”. Foi uma inspiração importante para A Alvorada.

Fundadores:
Arthur Pinto Gama
Florêncio Calisto Felizardo da Silva
Esperidião Calisto Felizardo da Silva
Alfredo Cândido de Souza
Sérgio Aurélio de Bittencourt
Arthur Ferreira de Andrade
Aurélio Viríssimo de Bittencourt Júnior
Marcílio Francisco da Costa Freitas